quarta-feira, 11 de julho de 2012

Anvisa suspende emagrecedor e alerta para risco de suplementos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu nesta terça-feira (10) a fabricação, distribuição, divulgação, venda e uso do emagrecedor OxyElite Pro em todo o país, por não ter sua composição, risco e segurança comprovados.
O produto é considerado um suplemento alimentar, da mesma forma que os similares Jack3D e Lipo-6 Black. É composto por uma substância chamada dimetilamilamina (DMAA), que pode causar dependência, disfunções metabólicas, insuficiência renal, falência do fígado, problemas cardiovasculares, alterações do sistema nervoso e até a morte.

O DMAA é usado também como descongestionante nasal e foi incluído entre as substâncias que acusam doping nos EUA. Países como Austrália e Nova Zelândia já suspenderam a substância.

Além de ser usado por quem quer emagrecer, o DMAA é empregado para aumentar o rendimento de atletas e também como droga. Na terça-feira passada (3), a Anvisa o incluiu na lista de substâncias proscritas no Brasil, o que impede sua importação, inclusive por pessoas físicas.


Segundo a Anvisa, alguns suplementos alimentares contêm ingredientes que não são seguros para o consumo ou apresentam substâncias "terapêuticas" que não podem ser ingeridas sem acompanhamento médico.

O alerta ressalta, ainda, que muitos suplementos vendidos no Brasil não estão regularizados pela agência e são comercializados irregularmente. Alguns contêm estimulantes e hormônios como testosterona e do crescimento (GH), sendo considerados, portanto, anabolizantes.

A regulamentação sanitária brasileira permite que pessoas físicas importem suplementos alimentares para consumo próprio, mesmo que esses produtos não estejam regularizados pela Anvisa. Entretanto, eles não podem ser importados com finalidade de revenda ou comércio ou conter substâncias sujeitas a controle especial ou proibidas, como é o caso do DMAA.

Cada país controla os suplementos de maneira específica e, em muitos casos, não são realizadas avaliações de segurança, qualidade ou eficácia antes da entrada deles no mercado.

No Brasil, alimentos apresentados em formatos farmacêuticos (cápsulas, tabletes ou outros destinados a serem ingeridos em doses) só podem ser comercializados depois de verificados eventuais efeitos adversos e a segurança do uso.

Propagandas e rótulos que indiquem alimentos para prevenção ou tratamento de doenças e sintomas, emagrecimento, redução de gordura, ganho de massa muscular, aceleração do metabolismo ou melhora do desempenho sexual são ilegais e podem conter substâncias não seguras, destaca a Anvisa.


Como identificar suplementos não regularizados:
  • Promessas milagrosas e de ação rápida, como "Perca 5 kg em uma semana"
  • Indicações de propriedades ou benefícios cosméticos, como redução de rugas, celulite, melhora da pele, etc
  • Indicações terapêuticas ou medicamentosas, como cura de doenças, tratamento de diabetes, artrite e emagrecimento
  • Uso de imagens e/ou expressões que façam referência a hormônios e outras substâncias farmacológicas
  • Produtos rotulados exclusivamente em língua estrangeira
  • Fotos de pessoas hipermusculosas ou que façam alusão à perda de peso
  • Panfletos para divulgar alegações do produto como estratégia para burlar a fiscalização
  • Comercialização em sites sem identificação da empresa fabricante, distribuidora, endereço, CNPJ ou serviço de atendimento ao consumidor

Recomendações aos consumidores:
  • Peça orientação de seu nutricionista ou médico para identificar produtos seguros e regularizados pela Anvisa
  • Desconfie se o produto for "bom demais para ser verdade". Ter um corpo definido e emagrecer nem sempre é rápido ou fácil, principalmente de forma saudável
  • Consumidores que adquiriram produtos com DMAA na composição devem buscar orientação na autoridade sanitária local sobre a destinação adequada
  • Mais informações podem ser obtidas pela Central de Atendimento da Anvisa, no número 0800 642 9782
G1

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