O treino de base prepara o organismo para o treinamento intensivo, auxiliando na prevenção de lesões e na obtenção de um melhor condicionamento e desempenho nas provas.
A principal função do treino de base para um corredor é trabalhar a resistência cardiovascular e muscular exigidas na prática. É uma forma de adaptar e preparar o organismo para o ritmo da corrida, que auxiliará futuramente na prevenção de lesões que podem ser ocasionadas pelo treinamento intensivo, além de fazer com que o atleta tenha um melhor condicionamento e desempenho nas provas. Diretor-técnico da RAF Assessoria Esportiva, de São Paulo, Renato Augusto Francisco explica que o treino de base pode ser feito em qualquer época do ano, para iniciar a preparação do corredor, seja no começo do ano e da temporada de provas, seja após um longo tempo em que esteve parado. "De acordo com a literatura, quando um praticante regular de atividade física interrompe o exercício por três meses ou mais, ele pode voltar a ter o condicionamento de um sedentário. Caso volte a treinar no mesmo ritmo, a probabilidade de lesão é grande", adverte.
A diferença entre um sedentário que nunca praticou atividade física e o atleta que está parado há um longo período, afirma Francisco, é que o último mantém uma memória fisiológica que favorece a recuperação do condicionamento em um espaço de tempo muito mais curto. "O treino de base é necessário para a adaptação cardiovascular e das fibras musculares, por isso não pode ser descartado no início da preparação", salienta.
Segundo o diretor da RAF, o treinamento de base deve priorizar o volume e ser de baixa intensidade. No decorrer do tempo, conforme o condicionamento, a tendência é diminuir o volume e aumentar a intensidade. O trabalho é composto por corridas longas, exercícios educativos para movimentos específicos (elevação de joelhos e calcanhares, por exemplo), que ajudam a corrigir a postura do corredor, além de alongamento e fortalecimento muscular do abdômen, lombar e membros inferiores.
A duração de um treino de base depende do desenvolvimento do corredor ou mesmo dos seus objetivos e tempo disponível para a preparação. "O ideal é procurar um profissional da área, que elaborará uma planilha de treinamento personalizada, conforme a necessidade de cada atleta", aconselha Francisco.
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