Hoje, mais do que nunca, o assunto “queimar gordura” chama a atenção de um número cada vez maior de pessoas. Produtos ou dietas milagrosas estão em todos os lugares, seja na televisão, em revistas ou nas livrarias (sempre entre os mais vendidos). A indústria da perda de peso movimenta hoje cifras milionárias – algo em torno de 33 bilhões de dólares no últimos 20 anos só nos EUA – pois a obesidade vem crescendo de forma assustadora, sem distinção racial ou social, tanto nos países desenvolvidos como nos subdesenvolvidos.
Acreditem, o maior contribuidor para o sucesso em um programa de preparação, não está em nenhuma droga mirabolante, em nenhum suplemento milagroso, ou ainda, em nenhuma aulinha fitness afrescalhada, mas sim em uma dieta apropriada. O homem é, antes de tudo, um continuado processo de alimentação. Vale seguir o exemplo das abelhas, pois estas transformam qualquer larva em rainha, graças, unicamente, a uma alimentação especial, cuja preparação conhecem. Lembrem-se sempre que se comer é uma necessidade, comer com inteligência é uma arte!
Em nosso processo evolutivo, observamos que o homem evoluiu de forma impressionante em diversas ciências, tais como na física, medicina e engenharia, só para citar algumas; já em outros aspectos, não apresentou grande evolução, como no que diz respeito à ganância e à subjugação do próximo. Agora, tratando-se de nutrição, sem dúvida alguma, ocorreu uma grande involução, pois não existem dados apresentando casos de obesidade, hipertensão, diabetes ou hipercolesterolemia no homem pré-histórico.
Durante milhões de anos, o ser humano sempre soube se alimentar, procurando intuitivamente comer adequadamente. Os primeiros alimentos do homem foram os frutos, que bastava colher. Depois vieram os tubérculos, raízes e cereais, cuja obtenção exigiu o uso de instrumentos, até que teve de entrar em competição e luta com outros animais ou com seus semelhantes, para garantir a própria sobrevivência. A abundância de recursos alimentares dependia de fatores ecológicos, e o homem se deslocava em busca de comida, até que aprendesse a dominar os fenômenos naturais e produzir seu próprio alimento pelo cultivo da terra e pela domesticação de animais (agricultura e pecuária).
Considerando a alimentação da civilização moderna, durante 2300 anos, nós seres humanos, mantivemos grande parte dos hábitos alimentares adequados, sendo que somente nos últimos 150 anos, o avanço tecnológico vem modificando a relação humana com o meio ambiente, ou seja, nossa alimentação vem piorando em progressão geométrica. As tendências de transição nutricional ocorridas principalmente no século passado em diferentes regiões do mundo convergem para uma dieta mais rica em gorduras (particularmente as de origem animal), açúcares e alimentos refinados; ao mesmo tempo em que essa dieta é reduzida em fibras, carboidratos complexos e alimentos funcionais. Comidas práticas, saborosas, riquíssimas em carboidratos e com teores elevados de aditivos químicos, vêm tomando conta das prateleiras dos supermercados, enquanto alimentos integrais ou orgânicos, ficam escondidos nos cantos das gôndolas. Em paralelo, a demanda energética da vida moderna tem caído drasticamente, devido a um estilo de vida mais sedentário com transporte e equipamentos motorizados que diminuem o esforço físico do homem tanto no trabalho como em casa. Observamos ainda, um crescimento exorbitante da jornada de trabalho para ambos os sexos, o que impossibilita muitas vezes a prática apropriada de atividade física e uma boa alimentação. O resultado disso tudo, além de uma verdadeira tragédia para nossos olhos nas praias, é o aumento na prevalência de várias doenças, incluindo a obesidade.
Por todas estas adversidades infelizmente impostas pela sociedade moderna, antes de iniciar um trabalho sério de preparação, o indivíduo ou atleta deve estar ciente do que está pela frente. Tudo na vida tem um preço, não é mesmo? Você deve fazer a escolha. Pese na balança os prós e os contras antes de iniciar o trabalho para não haver arrependimentos. De um lado coloque o prazer de vencer uma competição importante ou então o prazer de fazer sucesso na praia ou no clube, ou ainda, o bem estar de se sentir bem consigo mesmo. Do outro, coloque o prazer de comer pizzas, bolos ou sorvetes, na hora em que quiser, e o melhor, sem o sentimento de culpa. Infelizmente, a não ser para uma minoria da população geneticamente favorecida, os dois lados não poderão caminhar em conjunto.
Na natureza não existem recompensas ou castigos, e sim conseqüências. Um homem quando nasce é semelhante no tempo e no espaço, a qualquer outro homem (exceto em caracteres étnicos). Depois de nascido, agem fatores capazes de moldá-lo no meio em que vive, ligados basicamente, à alimentação. Geralmente a alimentação do indivíduo, reflete seu estilo de vida. É fácil deduzir que existem grandes diferenças entre a alimentação de uma pessoa gorda e de outra musculosa e com baixo teor de gordura corporal, simplesmente olhando para eles. Entretanto, não será a alimentação de hoje ou de amanhã que surtirá este efeito, mas sim a alimentação de semanas ou meses. Por isso, o sucesso de qualquer programa inicia-se na mente e não no estômago! O indivíduo deverá ter persistência e principalmente paciência no decorrer do trabalho.
Devemos citar ainda, que muitas pessoas realmente alimentam-se pela obrigação, não sentindo grandes prazeres em saborear um belo prato. Porém, existem aqueles glutões que trocam qualquer coisa por uma bela lasanha ao molho branco no jantar! Na verdade, quanto mais intelectualizado o indivíduo, normalmente mais discriminativo e de mais exigente paladar. Mas o oligofrênico, quando tem fome, pode comer até “pedra”, pois busca apenas a sensação de saciedade.
O Importante é ser Grande
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