Com as revelações de atletas que apresentaram em seus exames de urina resposta positiva para análogos da testosterona, surge a discussão de possíveis efeitos produzidos por suplementos nutricionais em tais indicadores bioquímicos. Com isso levantamos a questão: seriam os suplementos nutricionais potentes o bastante para induzir alterações hormonais significativas?
Com o aumento do desempenho dos atletas no mundo todo, alguns pontos considerados detalhes no passado passaram a ganhar relevância nos dias de hoje. Diversos exemplos podem ser dados como as roupas específicas para cada modalidade esportiva, favorecendo a sudorese e melhorando a aerodinâmica, bem como os calçados esportivos e os nutrientes.
Dentre os nutrientes os carboidratos presentes nos pães, massas, cereais etc, foram exaustivamente estudados há trinta anos. Mais recentemente surgiram os aminoácidos, algumas vitaminas e minerais. Porém estes suplementos constantemente são confundidos com esteróides anabólicos, ou agentes potentes no aumento da massa muscular.
O aumento da massa muscular é de interesse estético, para aqueles que cultuam um corpo definido e muito para os atletas que encontram na massa muscular aumento da força necessária para a vitória em suas modalidades esportivas. Os suplementos nutricionais podem auxiliar neste aumento, porém dentro de limites fisiológicos. O que isto quer dizer? Isto significa que nosso organismo apresenta um limite imposto pelas características genéticas. Então podemos conseguir aumentar a força e a massa muscular dentro de parâmetros impostos pelo nosso código genético. É esta limitação que faz com que muitos atletas busquem formas alternativas para superá-lo.
Estas formas alternativas fogem do alcance da nutrição, ficando a cargo de fármacos que na sua maioria são ilícitos. Recentemente surgiu no mercado um composto denominado deidroepiandrosterona (DHEA). Este composto foi denominado em 1994 pela agencia americana de controle de drogas e alimentos (FDA) como suplemento nutricional. Interessante é que o DHEA ocorre naturalmente em nosso organismo e sua estrutura é semelhante à testosterona (hormônio sexual masculino).
Estudos recentes têm demonstrado que de acordo com a dose consumida oralmente de DHEA, podemos alterar as concentrações de testosterona e seus análogos em nosso organismo. Então, este “nutriente” - assim postulado pelo FDA, pode desencadear pequenas alterações hormonais sensíveis aos métodos bastante precisos empregados pelos comitês de controle de dopagem. Fica claro, portanto que não basta o produto ter seu comércio autorizado que representa uma substância permitida. Basta lembrar que diversos medicamentos utilizados inadvertidamente por atletas (anti-inflamatórios por exemplo) são detectados no exame anti-dooping.
Um fato então é evidente, suplementos nutricionais não promovem alterações de desempenho acima da capacidade individual. Se promoverem, não são suplementos nutricionais e sim fármacos devendo ser tratados como tal.
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