quarta-feira, 14 de março de 2012

O risco do consumo de carne vermelha em evidência

Acaba de ser publicada uma grande pesquisa, realizada pela Universidade de Harvard, relacionando o consumo abusivo de carne vermelha e morte prematura por todas as causas, incluindo as doenças cardiovasculares e o câncer. 
O tema não é novo para os estudiosos dessa área, mas o inédito foi a constatação de que as carnes vermelhas frescas, ou não processadas, foram também vinculadas ao risco de morte. 


Os dados são realmente impressionantes. Mais de 120.000 pessoas foram acompanhadas por 28 anos e o consumo de uma porção extra de carne vermelha fresca – bovina, suína, caprina - diariamente, resultou em aumento de 13% na mortalidade em geral, 18% nas doenças cardiovasculares fatais e 10% nas mortes por câncer. Quando as carnes processadas – hambúrguer, bacon, salsicha, presunto- foram avaliadas, esses dados saltaram para 20, 21 e 16% respectivamente.

O estudo também demonstrou que a substituição da carne vermelha por peixes, frango, e grãos protéicos como feijões e lentilha teve um efeito protetor. Daí nós podemos retirar nossa primeira conclusão prática desse estudo: o que incluímos em nossa dieta é tão importante quanto o que nós excluímos. Retirar a carne e não substituir por uma proteína de melhor qualidade como os peixes, acaba por desbalancear a dieta, aumentando principalmente o consumo de carboidratos.

Os autores também não propõem dietas vegetarianas. Eles recomendam o consumo de uma dieta balanceada, contendo carne vermelha em pequenas quantidades, apenas 300g/semana, escolhendo cortes magros e utilizando métodos de preparo adequados como grelhar. Esse detalhe demonstra o quanto é inadequada a dieta de grande parte dos brasileiros acostumados às churrascarias e aos rodízios de carne.

Do ponto de vista prático, uma dieta adequada deve:
  • Conter pouca carne vermelha e nenhuma carne processada;
  • Ser rica em carboidratos bons: frutas, verduras, legumes, cereais integrais e grãos incluindo a soja em sua forma natural;
  • Ser pobre em carboidratos ruins: açúcar simples e farinha branca;
  • Ser rica em gorduras boas: ômega 3 presentes nos peixes; óleos vegetais (soja, linhaça, canola etc), azeite de oliva, castanhas e nozes;
  • Ser pobre em gorduras ruins: saturada e trans hidrogenada;
  • Privilegiar mais a qualidade que a quantidade.
Obs.: a gordura de côco não faz parte de nenhuma dieta saudável e balanceada

ComerSemCulpa

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